quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Poema: A instabilidade das coisas do mundo.

  Um poema barroco, de Gregório de Matos, caracterizada por temas de reflexão moral e filosófica, vem quase (?) em tom pessimista, fazer refletir sobre como conseguimos dia após dia construir relações de cumplicidade e felicidade exatamente por contemplarmos o que nos faz crianças adultos (ou seria adultos crianças?)...
Cousas de etiqueta, preços, grifes, hipocrisias...qual o valor da felicidade? qual compra realizamos para lembrarmos por toda vida?

vale a pena  a sutileza deste poema (quaaase?) pessimista para  valorizar o que na verdade, nos faz crescer enquanto "SER" todo dia...onde ou em que, ainda, para que nos encantamos? Onde sou? Talvez precisemos aprender a encantar/reencantar com gestos simples, ou mesmo com o que a natureza nos proporciona, sermos encantados por ela ou ainda brincarmos com os assuntos sérios  que quase sempre são na verdade, tão inconstantes para a vida..rs.. Me fiz entendido??? rsss...


A instabilidade das coisas do mundo

 
Nasce o sol, e não dura mais que um dia
Depois da luz se segue a noite escura
Em tristes sonhos morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o sol, por que nascia?
Se é tão formosa a luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no sol e na luz falte a firmeza
Na formosura não se dê constância
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância
E tem qualquer dos bens por natureza
E firmeza somente na inconstância.

Gregório de Matos

Engraçado...vamos refletir mais um pouco? a única coisa firme na vida é exatamente a falta de firmeza (a inconstância)? talvez isso faça mesmo a vida ser assim fascinante...não acordamos sabendo o que ou como faremos, acordamos e a partir disto ESTAMOS todos os dias, SEndo agraciados pela possibilidade de realizarmos muitas/novas escolhas...em todas ações, em todo tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário